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quinta-feira, 8 de maio de 2014

Efetivamente (maio 2014)



Preciso dormir para não gritar minhas verdades em seu ouvido. É madrugada alta e as tais verdades insistem em assolar minhas dores. Meus olhos. Minha boca. Minha respiração. Minha precipitação.
Eu sei que você está por aí e nem lembra que sussurrei um pouco de mim para assustá-lo. Era o Chris Cornell ao fundo. Ele tá aqui ó, bem aqui cantando para mim ainda. Maldito. Parei minhas lágrimas no momento exato. Você não percebeu, mas as minhas mãos estavam trêmulas. Minha razão perdida no espaço das palavras soltas. Eu nunca quis uma conversa assim. E daí se eu gosto. Não posso? Sozinha? Ora essa... não parece.
Essas verdades, tão minhas e tão óbvias assustam todo mundo. São tão óbvias que chegam a ser desacreditadas. Pagar o preço por elas é para poucos. Se não pulsar a razão não vale. Se não questionar a realidade, não serve. É paixão simplesmente por ser. Porque é forte e eu quero. O gosto fica na boca. O cheiro no cabelo. A dúvida na memória.
Porque eu sei que você está por aí e nem se lembra do meu beijo duvidoso na sua boca cheia de vontade. E nem se lembra do meu olhar perdido entre o seu. E nem se lembra da minha verdade dita com tanto interesse. E nem se lembra de acreditar. E nem se lembra de me querer ao seu lado. Ou me dizer para trilhar outro caminho.
Minhas verdades, as tais que não me deixam dormir, talvez não te interessem mais. E eu aqui, insistindo em gritá-las. Eu preciso que você as ouça. E não as desacredite!