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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Lis (fevereiro 2012)


No smartphone, Nando Reis. A hora mais elegante do dia se aproximando. E ela, deitada na grama, com um lírio ao lado, observando, pensando, suspirando, arquitetando. A imagem ainda tão nítida na memória. Uma lágrima escapou-lhe. Se ficasse quieta, bem em silêncio, seria capaz de sentir aquela última respiração.
Ela não se importou em adiar o momento. Era tão necessário agora! Tantos planos que nem cabiam na memória. Ela não se importou em sentir sozinha aquela dor. Era passageira. Não contaria para mais ninguém suas dores. Tampouco as alegrias! Ela não se importou em descobrir que não significava mais nada naquele contexto. Ora, ela nunca significou mesmo! Sorrisos e palavras falsas, fadadas ao fracasso. Ela não se importou em esperar.
O sol cada vez mais baixo e as ideias surgindo. Ela quis gritar. Será que ele escutaria? O cheiro da grama recém cortada, misturado ao cheiro das lembranças. Sensação inexplicável de paz. Ele talvez nunca entenda. Eles talvez nunca se entendam.
A calmaria, o dia leve. A busca interrompida. Os monólogos. Os diálogos. Perdidos num banco de praça qualquer. Guardados com tanta ênfase, que jamais sairão dela. O toque (in) tenso. O beijo doce. Estão aqui. E não há como negar. Sempre estarão. A angústia. A espera. A certeza.
E mais uma vez o sol se foi. E não levou as dores do momento. Nem as alegrias passadas. Intensificou-as. Ela não quis abrir os olhos. E sentiu no ar o aroma leve e doce do lírio branco. No smartphone, Nando Reis. Ela aumentou o volume e cantou alto a última frase da canção: “Sorria e saiba o que eu sei: eu te amo.”

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Sartreando...

Jean-Paul Charles Aymard Sartre: 21/06/1905, Paris, França
15/04/1980, Paris, França
Compartilhando a ideia de um amigo, inauguro um novo marcador no blog: "Autores e obras". Começo com um autor um tanto contestado por alguns e extremamente amado por mim, o filósofo existencialista francês Jean-Paul Sartre. Apesar de negar a existência de Deus, ler Sartre faz com que ampliemos a visão para algo difícil de lidar: a liberdade.

"Se um certo Jean-Paul Sartre for lembrado, eu gostaria que as pessoas recordassem o meio e a situação histórica em que vivi, todas as aspirações que eu tentei atingir. É dessa maneira que eu gostaria de ser lembrado." Essa declaração foi feita por Sartre durante uma entrevista, cinco anos antes de morrer. Na mesma ocasião, disse que gostaria que as pessoas se lembrassem dele por seu primeiro romance, "A Náusea", e duas de suas obras filosóficas, a "Crítica da Razão Dialética" e o ensaio sobre Jean Genet.
Jean-Paul Sartre influenciou profundamente sua geração e a seguinte. Foi um mestre do pensamento e seu exemplo foi seguido por boa parte da juventude do pós-guerra, nas décadas de 1950 e 1960.
Sartre tentou ilustrar sua filosofia com ações traduzidas em diversos engajamentos políticos e sociais. Mais que qualquer outro filósofo, é necessário conhecer algo de sua biografia para captar o pensamento sartreano, um projeto desenvolvido em três horizontes: a filosofia, a literatura e a política.
O século 20 mal começara quando Jean-Paul-Charles-Aymard Sartre nasceu, na rua Mignard, em Paris. Sua mãe, Anne Marie, era prima do famoso missionário Albert Schweitzer. O pai, um jovem oficial da marinha, morreu de uma febre contraída no Oriente, quando Sartre tinha um ano. Em sua autobiografia, ele lamentou que lhe tivesse sido negado o prazer de conhecer o pai.

Criado pelo avô materno, não teve uma infância feliz: o velho Charles Schweitzer, homem preso ao passado, era adepto fervoroso da disciplina. Parece que foi por influência sua que o pequeno Sartre tomou gosto pela literatura e pela escrita. Sem conseguir se adaptar ao ambiente repressivo, refugiava-se em jogos imaginários.
No colégio encontrou um verdadeiro amigo, Paul Nizan: ambos se prometeram seguir a carreira literária e descobriram juntos a filosofia, que Sartre foi estudar na Escola Superior Normal de Paris e depois na universidade Sorbonne. Ali conheceu também Simone de Beauvoir, sua companheira de toda a vida e que se tornaria uma das mais famosas escritoras do mundo.
Sartre, quando estudante, não gostava de professores. Mas precisava ganhar a vida e se tornou, ele também, um professor de filosofia, aproveitando as horas de folga para escrever. Depois de algumas tentativas, conseguiu publicar uma novela, "O Muro", em 1937, e seu primeiro romance, "A Náusea", em 1938.
O início da Segunda Guerra Mundial, em 1939, mudou os rumos de sua vida. Convocado pelo Exército francês, Sartre foi feito prisioneiro pelos alemães, no ano seguinte. E aproveitou sua prisão para estudar a obra do filósofo alemão Martin Heidegger. Fazendo-se passar por civil, conseguiu ser libertado.
Escreveu boa parte de suas obras durante a guerra. Mas foi nos anos 1950, quando já era um autor consagrado que publicou sua maior criação, a "Critica da Razão Dialética", em que estabelece um diálogo crítico entre o marxismo e o existencialismo.
Sartre passou um mês em Cuba, como hóspede de Fidel Castro e lhe dedicou uma reportagem no jornal France Soir. Foi autor do Manifesto dos 121, que proclamava o direito à insubordinação dos franceses que eram convocados para lutar na guerra da Argélia, então uma colônia francesa na África.
Em 1964 ganhou o Prêmio Nobel de Literatura - mas o recusou, porque não acreditava em se submeter a juízes e seus julgamentos, mesmo quando premiado. Ficou ao lado dos estudantes em maio de 1968, quando os jovens, decididos a viver de acordo com seus próprios valores, se revoltaram em Paris.

Obras:
  • L'imagination (A imaginação), ensaio filosófico - 1936
  • La transcendance de l'égo (A transcendência do ego), Ensaio filosófico - 1937
  • La nausée (A náusea), romance - 1938
  • Le mur (O muro), contos - 1939
  • Esquisse d'une théorie des émotions (Esboço de uma teoria das emoções), ensaio filosófico - 1939
  • L'imaginaire(O imáginário), ensaio filosófico - 1940
  • Les mouches (As moscas), teatro - 1943
  • L'être et le néant (O ser e o nada), tratado filosófico - 1943
  • Réflexions sur la question juive (Reflexões sobre a questão judaica), ensaio político - 1943
  • Les Lettres Nouvelles (A República da Silêncio),ensaio filosófico - 1944
  • Huis-clos (Entre quatro paredes), teatro - 1945
  • Les Chemins de la liberté (Os Caminhos da Liberdade) trilogia, compreendendo:
    • L'age de raison (A idade da razão), romance - 1945
    • Le sursis (Sursis), romance - 1947
    • La mort dans l'Âme (Com a morte na alma), romance - 1949
  • Morts sans sépulture (Mortos sem sepultura), teatro 1946
  • L'Existentialisme est un humanisme (O existencialismo é um humanismo), transcrição de uma conferência proferida em 1946 - Texto posteriormente rejeitado por Sartre.
  • La putain respectueuse (A prostituta respeitosa), teatro - 1946
  • Qu'est ce que la littérature? (O que é a literatura?), ensaio - 1947
  • Baudelaire - 1947
  • Les jeux sont faits (Os dados estão lançados), romance - 1947
  • Situations, Vários volumes que reúnem ensaios políticos literários e filosóficos - 1947 a 1965
  • Les Mains Sales (As mãos sujas), teatro - 1948
  • L'Engrenage (A engrenagem), teatro - 1948
  • Orphée noir (Orfeu negro), teatro - 1948
  • Le diable et le bon dieu (O diabo e o bom Deus), teatro - 1951
  • Saint Genet, comédien et martyr (Saint Genet, ator e mártir), biografia de Jean Genet - 1952
  • Les séquestrés d'Altona (Os seqüestrados de Altona) - 1959
  • Critique de la raison dialectique - Tome I: théorie des ensembles pratiques (Crítica da razão dialética, Tomo I), tratado filosófico - 1960
  • Furacão sobre Cuba- 1961escrito juntamente com Fernando Sabino e Rubem Braga""
  • Les mots (As palavras), Autobiografia - 1964
  • L'idiot de la famille - Gustave Flaubert de 1821 à 1857 (O idiota de família), biografia inacabada de Gustave Flaubert. Apenas dois dos quatro volumes planejados foram escritos - 1971 (Vol I) – 1972 (vol II)
 Fontes: wikipedia.org/wiki/Jean-Paul_Sartre; educacao.uol.com.br/biografias/jean-paul-sartre

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Coldplay - Paradise

 
"When she was just a girl
She expected the world
But it flew away from her reach
So she ran away in her sleep

And dreamed of para-para-paradise
Para-para-paradise
Para-para-paradise
Every time she closed her eyes

When she was just a girl
She expected the world
But it flew away from her reach
And bullets catch in her teeth

Life goes on
It gets so heavy
The wheel breaks the butterfly
Every tear, a waterfall
In the night
The stormy night
She closed her eyes
In the night
The stormy night
Away she flied

And dreamed of para-para-paradise
Para-para-paradise
Para-para-paradise
Whoa-oh-oh oh-oooh oh-oh-oh

She dreamed of para-para-paradise
Para-para-paradise
Para-para-paradise
Whoa-oh-oh oh-oooh oh-oh-oh

Still lying underneath the stormy skies
She said oh-oh-oh-oh-oh-oh
I know the sun's set to rise

This could be para-para-paradise
Para-para-paradise
This could be para-para-paradise
Whoa-oh-oh oh-oooh oh-oh-oh

This could be para-para-paradise
Para-para-paradise
This could be para-para-paradise
Whoa-oh-oh oh-oooh oh-oh-oh

This could be para-para-paradise
Para-para-paradise
This could be para-para-paradise
Whoa-oh-oh oh-oooh oh-oh-oh
..."


Pra começar muito bem a semana, vamos de Coldplay, com video e música perfeitos... Nunca deixemos de sonhar com o paraíso!