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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Sartreando...

Jean-Paul Charles Aymard Sartre: 21/06/1905, Paris, França
15/04/1980, Paris, França
Compartilhando a ideia de um amigo, inauguro um novo marcador no blog: "Autores e obras". Começo com um autor um tanto contestado por alguns e extremamente amado por mim, o filósofo existencialista francês Jean-Paul Sartre. Apesar de negar a existência de Deus, ler Sartre faz com que ampliemos a visão para algo difícil de lidar: a liberdade.

"Se um certo Jean-Paul Sartre for lembrado, eu gostaria que as pessoas recordassem o meio e a situação histórica em que vivi, todas as aspirações que eu tentei atingir. É dessa maneira que eu gostaria de ser lembrado." Essa declaração foi feita por Sartre durante uma entrevista, cinco anos antes de morrer. Na mesma ocasião, disse que gostaria que as pessoas se lembrassem dele por seu primeiro romance, "A Náusea", e duas de suas obras filosóficas, a "Crítica da Razão Dialética" e o ensaio sobre Jean Genet.
Jean-Paul Sartre influenciou profundamente sua geração e a seguinte. Foi um mestre do pensamento e seu exemplo foi seguido por boa parte da juventude do pós-guerra, nas décadas de 1950 e 1960.
Sartre tentou ilustrar sua filosofia com ações traduzidas em diversos engajamentos políticos e sociais. Mais que qualquer outro filósofo, é necessário conhecer algo de sua biografia para captar o pensamento sartreano, um projeto desenvolvido em três horizontes: a filosofia, a literatura e a política.
O século 20 mal começara quando Jean-Paul-Charles-Aymard Sartre nasceu, na rua Mignard, em Paris. Sua mãe, Anne Marie, era prima do famoso missionário Albert Schweitzer. O pai, um jovem oficial da marinha, morreu de uma febre contraída no Oriente, quando Sartre tinha um ano. Em sua autobiografia, ele lamentou que lhe tivesse sido negado o prazer de conhecer o pai.

Criado pelo avô materno, não teve uma infância feliz: o velho Charles Schweitzer, homem preso ao passado, era adepto fervoroso da disciplina. Parece que foi por influência sua que o pequeno Sartre tomou gosto pela literatura e pela escrita. Sem conseguir se adaptar ao ambiente repressivo, refugiava-se em jogos imaginários.
No colégio encontrou um verdadeiro amigo, Paul Nizan: ambos se prometeram seguir a carreira literária e descobriram juntos a filosofia, que Sartre foi estudar na Escola Superior Normal de Paris e depois na universidade Sorbonne. Ali conheceu também Simone de Beauvoir, sua companheira de toda a vida e que se tornaria uma das mais famosas escritoras do mundo.
Sartre, quando estudante, não gostava de professores. Mas precisava ganhar a vida e se tornou, ele também, um professor de filosofia, aproveitando as horas de folga para escrever. Depois de algumas tentativas, conseguiu publicar uma novela, "O Muro", em 1937, e seu primeiro romance, "A Náusea", em 1938.
O início da Segunda Guerra Mundial, em 1939, mudou os rumos de sua vida. Convocado pelo Exército francês, Sartre foi feito prisioneiro pelos alemães, no ano seguinte. E aproveitou sua prisão para estudar a obra do filósofo alemão Martin Heidegger. Fazendo-se passar por civil, conseguiu ser libertado.
Escreveu boa parte de suas obras durante a guerra. Mas foi nos anos 1950, quando já era um autor consagrado que publicou sua maior criação, a "Critica da Razão Dialética", em que estabelece um diálogo crítico entre o marxismo e o existencialismo.
Sartre passou um mês em Cuba, como hóspede de Fidel Castro e lhe dedicou uma reportagem no jornal France Soir. Foi autor do Manifesto dos 121, que proclamava o direito à insubordinação dos franceses que eram convocados para lutar na guerra da Argélia, então uma colônia francesa na África.
Em 1964 ganhou o Prêmio Nobel de Literatura - mas o recusou, porque não acreditava em se submeter a juízes e seus julgamentos, mesmo quando premiado. Ficou ao lado dos estudantes em maio de 1968, quando os jovens, decididos a viver de acordo com seus próprios valores, se revoltaram em Paris.

Obras:
  • L'imagination (A imaginação), ensaio filosófico - 1936
  • La transcendance de l'égo (A transcendência do ego), Ensaio filosófico - 1937
  • La nausée (A náusea), romance - 1938
  • Le mur (O muro), contos - 1939
  • Esquisse d'une théorie des émotions (Esboço de uma teoria das emoções), ensaio filosófico - 1939
  • L'imaginaire(O imáginário), ensaio filosófico - 1940
  • Les mouches (As moscas), teatro - 1943
  • L'être et le néant (O ser e o nada), tratado filosófico - 1943
  • Réflexions sur la question juive (Reflexões sobre a questão judaica), ensaio político - 1943
  • Les Lettres Nouvelles (A República da Silêncio),ensaio filosófico - 1944
  • Huis-clos (Entre quatro paredes), teatro - 1945
  • Les Chemins de la liberté (Os Caminhos da Liberdade) trilogia, compreendendo:
    • L'age de raison (A idade da razão), romance - 1945
    • Le sursis (Sursis), romance - 1947
    • La mort dans l'Âme (Com a morte na alma), romance - 1949
  • Morts sans sépulture (Mortos sem sepultura), teatro 1946
  • L'Existentialisme est un humanisme (O existencialismo é um humanismo), transcrição de uma conferência proferida em 1946 - Texto posteriormente rejeitado por Sartre.
  • La putain respectueuse (A prostituta respeitosa), teatro - 1946
  • Qu'est ce que la littérature? (O que é a literatura?), ensaio - 1947
  • Baudelaire - 1947
  • Les jeux sont faits (Os dados estão lançados), romance - 1947
  • Situations, Vários volumes que reúnem ensaios políticos literários e filosóficos - 1947 a 1965
  • Les Mains Sales (As mãos sujas), teatro - 1948
  • L'Engrenage (A engrenagem), teatro - 1948
  • Orphée noir (Orfeu negro), teatro - 1948
  • Le diable et le bon dieu (O diabo e o bom Deus), teatro - 1951
  • Saint Genet, comédien et martyr (Saint Genet, ator e mártir), biografia de Jean Genet - 1952
  • Les séquestrés d'Altona (Os seqüestrados de Altona) - 1959
  • Critique de la raison dialectique - Tome I: théorie des ensembles pratiques (Crítica da razão dialética, Tomo I), tratado filosófico - 1960
  • Furacão sobre Cuba- 1961escrito juntamente com Fernando Sabino e Rubem Braga""
  • Les mots (As palavras), Autobiografia - 1964
  • L'idiot de la famille - Gustave Flaubert de 1821 à 1857 (O idiota de família), biografia inacabada de Gustave Flaubert. Apenas dois dos quatro volumes planejados foram escritos - 1971 (Vol I) – 1972 (vol II)
 Fontes: wikipedia.org/wiki/Jean-Paul_Sartre; educacao.uol.com.br/biografias/jean-paul-sartre

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