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quarta-feira, 4 de julho de 2012

Crônica sobre um dia de junho


É, é assim que eu caminho. Vou indo sem medo de tropeçar, todavia, perdida num cruzamento: não decido qual estrada seguir.
É assim que eu sigo. Sendo um eterno e imutável dualismo difícil de decifrar. Não gosto de caminhar sozinha, mas não quero ninguém me puxando pela mão. Quero que caminhe ao meu lado.
Gosto do pôr do sol, mas gosto também da luz avassaladora de uma manhã de primavera.
Gosto das baladinhas com os amigos, mas gosto também de sentar à beira de um rio e contemplar a imensidão. Lendo um livro de filosofia talvez?
Enriqueço e amadureço a minha fé. Entretanto, quero fazê-los perante a razão.
Sigo apaixonada por não querer mais estar apaixonada. Sofro de multipolaridade filosófica amorosa: ontem decidi nunca mais amar (amar?). Hoje eu quis alguém para sempre. Ontem eu quis escrever e ser feliz. Hoje eu entendi que talvez não fosse a melhor opção.
Não gosto de falar em longos diálogos. No entanto, escrevo intermináveis monólogos repetitivos e sem graça. Egoísmo?
Não gosto do que não me faz pensar. Porém, passo horas mergulhada na irracionalidade futebolística, sofrendo e discutindo sei-lá-o-que.
Assim como Alice, não posso explicar a mim mesma. E também como Alice, talvez eu esteja enlouquecendo (mas as melhores pessoas não são assim?) e me transportando para uma realidade invisível aos olhos de quem não se permite enxergar.
É só abrir os olhos e sorrir.

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