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terça-feira, 21 de agosto de 2012

(in) adaptar-se (agosto 2012)



Semblantes vorazes perpassam sob meu olhar indiferente. A composição da cena à minha frente esteve em minha memória durante incontáveis momentos. Contudo, algo destoa da minha lembrança imaginada.

Vozes desconhecidas. Rostos já vistos. Risos incontidos. Conversas sem conteúdo. Um acorde com sentido. Um gosto parecido. Tudo compõe a tão perfeita cena. Tudo destoa da tão perfeita cena.

Novamente preferi imaginar. O mundo no qual vivo é tão diferente daquele em que existo! Por um segundo não estive ali. E fui cobrada por isso. Voltei. E tudo continuava como antes. E eu não me adaptei.

Procurei aqueles semblantes vorazes. Eles já não se encontravam mais por aqui. Transformaram-se em incríveis gargalhadas enérgicas. Duas cervejas mudam o contexto.

Não consegui explicar a composição da cena. Fugi por mais de um segundo. E resolvi permanecer por lá. Escutei alguém, ao longe, chamando meu nome. Fingi não ouvir. E dormi, para relembrar a cena por mim imaginada.

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