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domingo, 8 de abril de 2012

Sobre a saudade (abril 2012)


Hoje doeu uma saudade. Daquela que vem de um não-sei-onde e instala aqui, miúda, quieta.
Instala e espalha.
Primeiro no coração. Depois na razão. Daqui a pouco, toma conta da vida.
Hoje doeu a incerteza do eterno.
Hoje interpretei de forma racional suas palavras. Elas gritaram outras estrofes.
E doeu.
Então, a saudade instalou-se aqui. E não quer mais ir embora.
Disse que fica, que procura outra habitação quando você vier falar com ela. Dizer que veio. E que fica.
E fica até quando couber  vida a nós.
Saudade matreira. Fica à espreita, esperando um descuido para doer.
Ela já bateu o pé, tão arredia que é. Disse que fica.
E vai doer até o dia que você voltar e desfazer a interpretação racional.
Enquanto isso, já prometeu doer todos os dias.

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