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sexta-feira, 20 de maio de 2011

Ausência (agosto 2009)


"Gosto de ouvir sua respiração no silêncio do meu quarto.
Gosto do som da sua voz, em tom de ironia, tentando provocar minha ira.
Gosto do seu olhar interrogativo acreditando em minhas meias verdades.
Gosto do calor das suas mãos em dias que nada se espera de você.
Gosto da sua boca quente sobre a minha, tentando me convencer que minhas lágrimas e dúvidas não são a melhor saída.
Gosto das suas dúvidas. Gosto das suas inquietações. Gosto das suas incertezas. Gosto dos seus sonhos. Gosto das suas habilidades. Gosto da sua desorganização.
Gosto de ver você, despojado, jeans e camiseta e a barba sempre por fazer.
Gosto de ouvir suas bobagens ao telefone.
Gosto quando se assusta ao me ouvir dizer que acabou.
Gosto do seu perfume em minha cama.
Gosto quando você provoca em mim uma insônia imensurável.
Gosto quando me surpreende. Gosto também quando simplesmente me esquece.
Ouço agora sua respiração, sua voz. Sinto suas mãos e sua boca. Esboço um sorriso. E gosto. O que não gosto agora é essa ausência interminável.
Não gosto quando você não está aqui."


O verbo principal hoje seria(e é) conjugado no pretérito imperfeito do indicativo... 
"De tudo fica um pouco. Não muito." (Drummond)

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